Micos do tamanho de um King Kong

Ontem eu tinha decidido que ia andar de Yellow bus, um ônibus de turismo que tem aqui, que possui vários circuitos.
Entrei no google maps, encontrei a praça da Figueira, onde são os embarques e dormi (ou  não dormi) consciente de que ia ser moleza.
21 minutos de caminhada, descendo aqui de casa e pegando a avenida da Liberdade. Quando chegasse no Rossio, praticamente tinha chegado na praça.
No percurso, tinha uma única puta de uma praça sem placa. Olhei pra ela, ela olhou pra mim e eu pensei: vai ser esta filha da puta desta praça... mas continuei andando. Daí cheguei na praça do Comércio onde tem um bonde que é escritório da Yellow.
Cheguei, tentei comprar a passagem e a vendedora, com a simpatia peculiar, me disse para pegar à ixquierda, entrar pelo "largo" e virar à "dreita" na "rotunda", que era onde o ônibus parava. Disse também que tava na hora da partida dele.
Não entendi porra nenhuma, claro.
Olhei, vi um yellow passando e resolvi seguir o bruto.
E ele virava e eu atrás. Revirava e eu atrás (mais atrás). Parava no sinal e eu muito, mas muito atrás.
Comecei a apertar o passo.
Minhas costas doíam. Meus pés doíam. Minha alma doía... e eu andando atrás do ônibus.
Quando, por fim, achei que meus joelhos iam estourar dou de cara com o ônibus estacionado. Na praça. Na puta da praça que eu achava que tava sem placa (vi depois que não estava).
Entrei no yellow (a  passagem vale por 24 horas) e comecei a fazer o tour histórico (são várias opções).
De repente, ele passou no El Corte Inglés (o "meu" El Corte), desceu a rua, fez uma reviravolta e passou na frente da minha casa.
Eu morrendo de vontade de rir, da minha burrice e de vontade de chorar, com a minha burrice.
Resultado: dei uma volta inteira e depois completei com o que faltava do percurso para parar perto de casa.
Mas eu tava tão cansada, tão sem graça que naum aproveitei  muito. Tirei umas fotinhas que depois eu mostro.
Ah! O Yellow tem um serviço de tradução. Ouvi em português, é claro! E descobri, malsinadamente, que não falo português.
Só entendi metade do que a mulher falou. Que porra de idioma é este que eu falo, afinal?
Sem contar o fado que ficava tocando quando a mulher calava a boca. Falava de rosas vermelhas, de faces de uma mulher, de pecado... fiquei pensando: música de corno!
huahuahuahuahuahuahua
Com sede, com fome, morta de cansado, toda doída, só entendendo metade do que a guia falava e ouvindo aquela música de corno.
Sou uma besta, mesmo!