Fiquei achando a coisa meio esquisita no porto.
Ninguém pediu passaporte, ninguém olhou minha bagagem e eu fui saindo pruma fila quilométrica do táxi.
Já tava com a mão na bunda, porque todo mundo diz que taxista lisboeta é "senducação" pra krl.
Pois dei a maior sorte.
O motorista era falante, quer conhecer o Brasil e me trouxe direitinho aqui no apartamento que eu vou morar.
Quando cheguei aqui a secretária do senhorio já estava me esperando, me "deu os canais" de tudo e ainda por cima me acompanhou até o "El Corte Inglés", onde eu fiz a minha primeira compra.
Um sofrimento, confesso.
Primeiro, porque eu sempre multiplicava todos os preços por três para ver quanto tava gastando em reais. E sempre achava que tava gastando demais.
Fiz que nem o "esqueceram de mim": comprei leite, ovos e amaciante... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... to brincaaaaaaaaaannnnnnnnnnnnndoooooooo!!!
Comprei aquelas coisas que a gente precisa ter em casa: papel higiênico, claro; pó de café, coador de papel, umas verdurinhas, tomate, produtos para manter a casa limpa, pão, frango, salsicha, carne moída, molho caesar (claaaaaaaaaaaaaaaroooooooo!)...
Vim embora de táxi porque não aguentava carregar as coisas.
Mais uma vez o taxista desmentiu a fama: carregou as minhas sacolas na origem e no destino.
Cheguei em casa e fui arranjar as coisas nos poucos armários e descobri que não tinha onde colocar o sal, o açúcar, o pó de café e, também, que eu tinha comprado o coador de papel, mas que aqui não tinha suporte. Imagina o que é coar café segurando o filtro com os dedos! Mas deu! Tomei meu primeiro cafezinho aqui. Cozinhei batata. Fiz arroz Uncle Beans de saquinho. Salsicha em conserva pra completar.
Depois consegui ligar a TV (não riam, não é fácil), dei uma atualizada no blog, tomei banho... nem sei se comi de novo... tava morta... fui dormir às oito da noite e acordei às duas da manhã. Mas depois consegui dormir de novo.
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