sexta-feira, 8 de abril de 2011

08 de abril - vamos começar pelo começo

Acordei às 13:30, horário daqui.
Achei que não ia dar tempo de fazer nada, mas deu.
Como de hábito, desci pra praça do Comércio
Num é que eu esqueci o nome do carinha da estátua!

Vista sem vergonha do Tejo

para pegar o electrico (apelido do bonde, aqui) que ia me levar a Alfama e Chiado.
Vê que bonde legal


E eu dentro dele


e a posição do condutor pra dirigir


Pois bem... fui pra Alfama, um dos bairros mais tradicionais de Lisboa e depois pro Chiado, onde assisti um espetáculo de fado, que começou às 19 horas.

 

Nem preciso falar nada do fado, né?
Eu já tava chorando antes de começar. Fiquei pedindo a Deus baixinho pra não tocar nenhuma daquelas músicas que o meu pai cantava, mas já comecei o show com os olhos boiando.
Fiquei apertando a boca e abrindo os olhos para não escorrer lágrima... e observando... De onde tiraram tanta tristeza e melancolia os portugueses quando "inventaram" o fado.
O cara da guitarra portuguesa parecia estar colocando cada gotinha de vida nos dedos. Fiquei impressionada.
Quando a cantora entrou, eu esperando, no mínimo, uma meso-soprano, fui surpreendida por um contralto dos mais graves. Endometriose verbal. Cada som era um pingo de sangue.
Coisa mais esquisita.
Por fim, cantaram a última música. "Lisboa, velha cidade, cheia de encanto e beleza..." Já então as lágrimas estavam escorrendo de saudade do que foi e do que é. Foi uma experiência única.
Acabou o show eu fui saindo, com aquela cara de quem não tinha chorado, botando os óculos escuros na cara e caçando um jeito de ir pra casa.
Aí começou a outra aventura. Tomei o electrico 28 que estava incluido no ingresso do show e fingi que sabia que estava voltando pro centro de Lisboa. No mínimo pra praça do Comércio de novo.
Chegou num ponto e todo mundo desceu. Perguntei pro motorista, tão bem humorado quanto Fernando e Arthur quando acordam, e ele me disse que para chegar na av. Liberdade eu tinha de pegar o Rossio. Fiquei procurando um bonde chamado Rossio. Claro que num tinha, né?
Daí comecei a andar. Achava que conhecia aquele lugar, mas não tinha certeza de que tava andando pro lado certo. Claro que num tava, né?
Perguntei de novo, dei meia volta nos calcanhares e recomecei a andar.
Gente... mas eu andei, andei, andei... deu 9 horas da noite e eu tava andando.
Quando eu cheguei na praça Marquês de Pombal já tava querendo fazer xixi a muito tempo e pensando que ia mijar na calça pela primeira vez em Portugal.
A praça fica bem longinho aqui de casa e eu fui subindo e subindo e subindo e meus joelhos se transformando em duas pelotas de mashmallow e eu andando, andando, andando.
Cheguei aqui em casa morta, entrei no elevador desabotoando as calças e já sentindo o xixi pingando e pingando ele foi até que eu consegui chegar no banheiro.
Well... mais um perdido meu em Lisboa.

3 comentários:

  1. Menina, quantas aventuras. faça um diário dessas aventuras. Um diario escrito a mao. Voce é boa para escrever.Depois voce vai ter tudo em um caderno. vai ficar muito bom.beijo.
    Ps. estou aprendendo muito.

    ResponderExcluir
  2. Olha, já pensei em outra coisa: vou imprimir em pdf o blog. Fica mais fácil e com as fotos. Que tal?

    ResponderExcluir
  3. ai..ai..quando vc conta , eu me vejo, pois sou danada para fazer essas coisas,mas sabe do que mais, essas coisas são deliciosas para contar e relembrar..
    que ótima idéia essa de imprimir o blog, vai ficar uam lembrança e tanto
    bjs minha amiga

    ResponderExcluir