terça-feira, 18 de outubro de 2011

ÁLVARO LOURENÇO PINTO

Hoje eu quero falar desse homem aí: Álvaro Lourenço Pinto, meu avô paterno, português sabe-se Deus lá de onde.
Eu sei que de uma maneira geral os portugueses que moram aqui em Portugal estão cagando mole para quem foi para o Brasil há mais de 100 anos. Mas para nós - para a minha família - e principalmente para a Ellen, a Simone e eu - é muito importante saber alguma coisa deste homem que brotou no Brasil, calculamos que tenha sido lá por 1900.
Mais importante, ainda, eu acho, é para o Fernando, meu irmão, que colocou o nome Lourenço no filho caçula dele.
Eu já vasculhei as listas de navios de imigrantes portugueses que chegaram ao Brasil e que estão disponíveis na internet. Já consultei, via web o Arquivo Nacional, a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, online o Arquivo Público de Minas e, depois que cheguei aqui, em link do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que mantém registros dos passaportes dos portugueses que emigraram para o Brasil.
Não achei o velho Álvaro em lugar nenhum.
Bom... lá pelos idos de 1900 o registro civil não era obrigatório no Brasil.
Restava-nos, portanto, procurar na igreja onde meu avô tinha se casado com a minha avó, MARIA ÂNGELO PINTO, mãe do meu pai.
Igreja de Ribeirão Vermelho, cidadezinha bonitinha lá pelo sul de Minas. Liguei para a igreja, falei com o próprio padre e ele teve tanta boa vontade que daí a umas horinhas me telefonou de vonta dizendo que tinha encontrado o registro do casamento deles. Bom... eles se casaram em 1919. Infelizmente no registro de casamento da época só constava que ele era português... mais nada...
Mas a história da minha família tem uma peculiaridade (aliás, várias): meu avô, ÁLVARO, antes de se casar com a minha avó MARIA ÂNGELO (que a gente chamava de Vó Mariinha... não vamos entrar nos detalhes do gênio dela...mas depois tem a história dos MOREIRAS (que é mais dos CRUZ do que dos Moreiras), também, para contar para vocês) tinha sido casado (e enviuvou) da tia NATALINA, que era irmã do meu avô materno OLAVO MOREIRA.
Temos, então, mais uma chance aí de saber de onde brotou este tal de vô Álvaro, que nós não conhecemos (ele morreu quando meu pai tinha 8 anos de idade).
O padre não pode olhar no dia em que fomos a Ribeirão Vermelho porque o registro desse  primeiro casamento estava no Livro 1 da igreja, que fica arquivado em Oliveira. Acabei, então, então não sabendo se tem alguma coisa naquele registro.
Pois bem... cheguei em Portugal... não sabia nada do vô Álvaro... fala-se que ele era comerciante no Porto... mas mais do que isto ninguém sabe: só que era filho de JOSÉ PINTO LOURENÇO e MARGARIDA MONTEIRO.
As pessoas que poderiam dar maiores informações já mudaram para o andar de cima.
Daí fiquei sabendo que existe uma repartição pública aqui chamada Conservatória que é mais ou menos parecida com nossos Cartórios de Registro Civil.
Por coincidência, a Conservatória Geral fica a duas quadras aqui de casa, em Lisboa.
Hoje fui lá.
Meu coração - confesso - tava aos pulos!
Era praticamente a nossa última chance de saber quem era este nosso avô.
Peguei uma senha, contei minha história e a mulher me disse que eu estava no guichê errado.
Tive de pegar outra senha. Contei minha história de novo e, infelizmente, a mulher que me atendeu disse que não tem jeito... consultou uma tal listagem e nada do vô Álvaro... recomendou que eu procurasse em casa Conservatória Distrital dos lugares onde eu achava que ele tinha nascido.
Saí jururu... Como é que eu ia saber disto?
Tomei uma séria decisão, então: de hoje em diante, meu avô Álvaro, no meu imaginário, era um pirata sanguinário que teve de sair fugido de Portugal e acabou dando com os costados no Brasil. Em lá chegando, apaixonou-se pela mansidão e placidez dos Moreiras e casou com a tia Natalina. Viveu com ela dias de glória e de amor intenso, tão intenso, que o coração dela não resistiu.
Viúvo, com filhos pequenos, comerciante (que é o que se dizia que ele era em Ribeirão Vermelho), com o coração destroçado, acabou encontrando a minha vó Mariinha.
Nunca mais pirateou.Nunca mais sangrou ninguém. E quando se deu conta de que tinha disseminado todas as suas sementes, partiu volitando para viver outras e outras e outras vidas.
Você agora é assim para mim, vô Álvaro, cujo colo eu nunca pude esperimentar, cujo nome eu nunca pude chamar e cuja voz eu nunca pude ouvir.

10 comentários:

  1. Dedico esta ilusória e louca reconstituição da história dele aos meus irmãos, Ellen, Simone e Fernando.

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    1. O nome de meu pai é Alvaro, neto do Alvaro Lourenço Pinto. Meu avô Agenor era filho do Sr Alvaro e de dona Natalina. Sim, ele era comerciante.

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  2. Mô... Aí em Lisboa há a Consevatória... É o Registro Civil no Brasil... Dá um pulo lá com as informações que vc tiver que eles levantam essas origens dos Pintos!!! Os teus Pintos, pois em Portugal há muitos!!!

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  3. Desculpa, qdo mandei a msg acima não tinha lido que já tinhas ido à Conservatória... bjo

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  4. Caralho! Fui reler o texto e tá escrito experimentar com "s"... foi erro de digitação, hein!

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  5. De tudo o que vc escreveu só reparei no erro de digitação ....rsrs
    Adorei a " recriação " da história do Vô

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  6. Regina, vc é uma viada, mesmo!!! hahahahahahahahahaha
    Sabe que eu não posso fazer revisão de texto nenhum porque modifico todinho!
    E agora dei para esquecer como se escrevem algumas palavras... mas desta vez foi, realmente, erro de digitação. DESTA VEZ! kkkkkkkkkkkkkkk

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  7. Olá Mônica, me chamo Rafael, sou seu Primo eu acho!
    Sou neto da Dona Célia, irmã do seu pai.
    Também venho procurando saber do Álvaro, gostaria muito de conversar com você.
    Lhe mandei um e-mail no contato que deixou no Blog, mas como não sei se ainda está ativo, vou deixar o meu para que vc me responda.
    rafaelhost@gmail.com

    Estou ansioso!
    E PARABÉNS pelo texto!!

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    1. Rafael! Vc recebeu alguma resposta sobre a história dos Pinto. Meu pai era sobrinho da sua avó Célia, e não por conhecidência, o nome dele era Alvaro Pereira Pinto.
      Se puder responder, meu e-mail é:maria.pinto587@gmail.com
      Boa tarde

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