Chegou um carro aqui com um bando de gente. Depois eu soube que eram dois chineses, dois japoneses, um casal de neozelandeses, um de poloneses e um casal de espanhóis (bascos), doidos da porra... mas até então eu ainda não sabia disto.
Eles também vão dormir no deserto e por isto a nossa saída do hotel, em dromedários, atrasou um pouco.
Fizemos o percurso de dromedário até a tenda... as fotos vão contar as belezas da paisagem, mas minha bunda jamais vai se esquecer do que é andar aquela distância no lombo do dromedário. Puta que pariu!!! Que que é aquilo!!! Fiquei com o meio das pernas doendo uns 3 dias mais ou menos.
Mas, tudo bem, numa boa, chegamos, apeamos e entramos para dentro do quadrado formado pelas jaimas.
Foi hoje que eu estreei o pañuelo que o Rachid me deu. Confiram nas fotos.
Comemos. Três grupos de cinco pessoas e eu do lado do meu sobrinho e dos ajudantes dele.
Ouvimos música bereber e já então o casal de espanhóis demonstrava completamente sua loucura... Gente, eles são muito doidos, realmente! Tirei um porrilhão de fotos deles. Vou postar o que for possível.
Acabamos nos entrosando, porque a mulher do casal neozelandês veio se apresentar, mas fiquei mais perto dos japoneses Taka e Suguro (não sei se é assim que se escre3ve), ambos monges.
Ah! Apareceu um gato no acampamento e eu aprendi minha outra palavra bereber: moshe, que, naturalmente, significa gato. Foi o Hassam quem me ensinou.
Quando os meninos (Rachid, Hassam, Hamid e um menininho lindo que eu não sei o nome) começaram a tocar os tambores, o pessoal aloprou.
Comidos. Dançados.
Subimos a duna para ver as estrelas.
É um espetáculo ímpar.
Claro que eu não consegui chegar até no cume da duna, só os espanhóis aloprados, e acho que os japoneses e os chineses.
Enquanto isto, Rachid e eu ficamos sentados numa crista da duna tentando tirar uma foto de nós dois no meio da noite.
Rimos até chorar, porque quando ele saía de olho aberto na foto, eu saía de olho fechado. Garanto que tiramos pelo menos umas 10 fotos iguais para conseguir uma com os dois de olhos abertos.
Bem... Vimos a lua (nova) e as estrelas maravilhosas e chegou a hora de ir dormir.
No início não foi bom, não... tínhamos a opção de dormir dentro ou fora da jaima e eu não ia, nem fodendo, perder a oportunidade de dormir do lado de fora, olhando as estrelas.
O deserto é frio de noite, mas nada parecido com aquela idéia que a gente tem de que escalda de dia e congela de noite.
Pronto... deitei... não me acostumava com os barulhos... Batia um pano da jaima... batiam os galhos de uma arvorezinha... e cada batida era um susto...
Pensei: puta que o pariu, não vou conseguir dormir nesta merda... esperei tanto por isto!!! Vai ser um vexame.
Mas num tinha acabado não. O Rachid me deu uma manta. De lã de carneiro e dromedário. E eu uma alérgica da porra. Comecei a espirrar. Já tinha um monte de gente dormindo e eu espirrando que nem um bode.
Achei que ia acordar o acampamento inteiro... virava de um lado, virava de outro... merda! Vou passar a noite em claro! Não tinha nem um duduca (travesseiro) para eu abraçar... merda de novo... não vou dormir... resolvi deitar de barriga para cima, levando na cara aquela maravilha de céu estrelado... não sei quanto tempo depois (não me pesou o tempo, então) e eu acordava para ver o céu nascer.
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