From Cuia to Europe: 04 de setembro

E a aventura no Sahara tá quase acabando... A turma dos doidos que tinha ido dormir conosco no deserto saiu mais cedo porque tinha de ir para Marrakesh e voltar pra casa.

Ficamos Rachid e eu no acampamento.

Quando deu a hora, subimos a duna para ver o sol nascer. Lindo espetáculo!!!

Depois voltamos para o hotel: eu e minha bunda dolorida de dromedário e o Rachid a pé, puxando o bicho.

Tomei banho, arrumei minhas coisas e já estamos deixando o hotel.

Queria falar aqui que conheci duas pessoas muito fofas no hotel: o Moha – o amigo e não o primo do Rachid – e a Alicia, uma espanholinha linda e delicada como um passarinho. Ela está morando temporariamente no Marrocos e deve voltar para a Espanha dentro de um mês mais ou menos. O Moha é bereber, como o Rachid.

Passamos na casa do Rachid para pegar meus presentes e, também, o Jamal que estava saindo pela primeira vez para viajar pelo Marrocos.

E olha que ainda temos chão pela frente.

Com o Jamal a tiracolo seguimos, parando, claro, em direção às gargantas do Dades.

Paisagem marvilhosa!

...mas lugarzinho do caralho!

Chegamos no Riad que é de um amigo do Rachid... melhor comida que eu comi aqui até hoje. Melhor roupa de cama. Melhor toalha de banho. Provavelmente o melhor tratamento também... uns fofos aqueles meninos de lá.

Claro que na chegada sempre tem o te a La menta (chá com menta) que é tradicional aqui e delicioso.

Daí resolvemos descer o morro que tem para chegar numa cascatinha lá embaixo... puta que o pariu! Idéia do caralho!!! Hahahahahahahaha... eu achei que ia morrer na subida de volta! Não sabia o que era pior: se a dor nas minhas pernas, minha respiração entrecortada ou meu coração batendo na garganta.

Pronto... foi o que bastou para a gozação: minha cara ficou vermelha que nem um tomate.

E eu só conseguia lembrar da minha comadre Nery... hahahahahaha... se ela estivesse aqui ela num ia descer lá nem fodendo!!!

Mas esta vinda aqui no Marrocos é meu Comer, Rezar e Amar particular, então tenho o direito de fazer muita merda junta.

Aliás, por falar no livro, aviso que o amor que encontrei aqui não teve nenhuma conotação sexual.

Pensei que ia acabar com um kama sutra privado, mas não aconteceu nada disto, viu, seus maldosos de plantão?

Ao invés disto, encontrei alguma coisa que não sei explicar. Um amor diferente, que parece que tudo dá... mas que eu ainda não consegui definir se é pura viagem minha, encantada com o Marrocos e com as novidades ou se é verdadeiro, mesmo.