terça-feira, 6 de dezembro de 2011

18 de novembro – os detalhes



Ai, gente, meu embarque foi tão doido que eu confesso que não sei o que escrevi no último post do blog.
Acordei cedo e fiquei pronta cedo também, porque sou neta da vó Mariinha e filha do João Batista.
Eu queria, também, deixar tudo pronto, inclusive a toalha que eu tomei banho lavada para quando a Lineth chegasse, só para não deixar pendências, porque é assim que eu gostaria que meus inquilinos fizessem comigo.
Tirei umas duas fotinhos básicas, do “meu” parque e da varanda lá de casa, para ficar de lembrança do meu último dia em Lisboa.
Deixei a toalha lavando e fui lá na Rose, podóloga, para me despedir e também pra dar um tiau pra Dulce, a que tem um café do lado da loja de podologia da Rose, onde de vez em quando eu conseguia comer um pão de queijo.
Depois fui lá no namoradinho de Nery almoçar e tava pronta pra ir pra casa esperar a Lineth.
Quando cheguei em casa a Lineth  já estava esperando com uma senhora que eu não sei até hoje quem é e aquele carnão do Zé Manoel (“faço” ele brincando). Ela ficou boba de como a casa tava toda arrumada e limpa e me contou que já teve vez de ela chegar lá e encontrar toalhas de banho jogadas no chão da cozinha, tudo uma zona, mesmo... foi bom...conversamos um pouquinho e ela teve de sair para atender alguma demanda pessoal e eu já deixei avisado que se meu táxi chegasse eu iria embora.
Dito e feito.
O táxi chegou e eu já tinha descido com a maioria das malas.
Vocês não são capazes de imaginar a cara do motorista do táxi quando viu a bagagem... gente!!! Nada de mais... duas malas... minha bolsa de sapatos, minha bolsa do Marrocos e minha bolsa de mão... não achei que era tanto assim... ah! E tinha também minha sombrinha de cortiça (babem, babies!!! Eu tenho sombrinha de cortiça!
Ele não fez uma cara muito boa não e aos poucos conseguimos enfiar tudo no táxi e fomos pro porto.
Primeiro foi aquele troço pra encontrar onde era o embarque... rocha do Conde de Óbidos do caralho... erramos o caminho (tá vendo? Não sou só eu quem erra o caminho! Motorista de táxi também erra!), mas acabamos chegando no lugar certo.
Peguei um carrinho para carregar a minha modesta bagagem e entrei na fila de embarque... fila errada, claro, porque eu tinha de despachar a bagagem primeiro. Daí que eu conheci a primeira pessoa do cruzeiro, a Mary, de Nova Friburgo, que foi muito legal comigo e disse que eu podia ir despachar minha bagagem que ela guardaria meu lugar na fila.
Lá fui eu empurrando aquela porra de carrinho lotado até no alto... e troço caindo pelo chão... quando apareceu outra brasileira (esta eu não lembro o nome) que se ofereceu para carregar a minha bagagem de mão (que é de rodinha, viu? Não fui abusada!). Foi ótimo... cinco segundos pra despachar a bagagem e voltei eu para a fila de embarque, toda letreque, achando que ia embarcar rapidinho.
Fila pequena... básica... de onde eu estava eu não conseguia ver o início dela... depois, quando as horas (eu disse AS HORAS, não foi “minutos”) foram passando conseguimos descobrir que a fila entrava dentro de um prédio, subia uma escada, depois tinha aquelas filinhas de cobrinha, tipo da Disney (ou fila de banco... falei da Disney pra ficar mais emocionante e chique, mas eu nem conheço a Disney)... eu devo ter ficado ali mais ou menos umas três horas esperando para embarcar.
Claro que a burra aqui inventou de meter uma botinha Ferri, de salto, para viajar chiquezinha e tirar onda (muito metida a boa de sela, né?)... mas é porque o embarque em Santos tinha sido tão simples... mas confesso que depois da primeira hora eu não estava sentindo mais meus pés... depois aquela dormência foi subindo para as canelas... panturrilhas... joelhos... depois eu virei um autômato... andando porque a fila andava...
Pois bem... depois daquela zona e daquela desorganização que é de dar vergonha para o pessoal da Royal Caribbean (não adianta falar que é gente terceirizada, porque quem paga esta fortuna para viajar de navio tem de ter um mínimo de conforto) consegui passar pelo portão de embarque e encontrei um casal de fotógrafos sorridentes querendo tirar a minha foto de “wellcome”... fiquei pensando... será que eu tirava uma foto de “dedo”? Será que eu mandava o well comer a puta que pariu? Será que eu deveria ser apenas mal humorada? ...preferi ser irônica! Disse: “não, obrigada, não tem boas vindas depois de uma fila desta”...
...e fui andando
Ainda tinha de andar, gente!
Puxando a bagagem de mão E a sombrinha de CORTIÇA... na chuva... minha bolsa caindo toda hora... puta que pariu! Pensei: comecei bem, né?
Mas dentro do navio, tudo tranqüilo... fui pra minha cabine, a bagagem já estava lá (claro, com a demora no embarque tinha de estar mesmo!).
Ah! Meu camareiro é o Wilson. Gente boa. Fala espanhol, o que facilita as coisas.
Não gostei muito desta minha cabine... tinha menos mordomia do que a da vinda... eu já tava sonhando com um banho de imersão para melhorar o estado dos meus pés e pernas (que nestas alturas estavam em pandarecos), mas não tinha banheira. Também não tinha maquininha de café nem para fazer chá.
Na verdade, neste primeiro dia, não fiz bosta nenhuma... fui lá, jantei, voltei, tomei banho, deitei e dormi feito uma condenada... não tinha um músculo do meu corpo que não doesse.
Meu garçon (coincidência?) também é da Índia (como o da ida para Portugal) e se chama Rajeev. Ainda não consegui decorar o nome do assistente dele, que é de Goa... mas depois eu conto pra vocês.
Varanda da "minha casa" em Lisboa

Paisagem da "minha casa" em Lisboa


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